AFIFENSES FORAM AO S. JOÃO DE ARGA EM ROMEIRO.
As gentes de Afife vão mantendo a tradição e uma vez mais puseram-se ao caminho e rumaram ao alto da serra, numa caminhada de mais de 20 quilómetros, para assim marcarem presença na romaria do S João de Arga, especialmente co 28 para 29. Desde tempos muito antigos que as gentes de Afife sempre tiveram a sua fé e devoção pelo Santo do alto da Serra e aproveitavam a festa, para assim cumprirem as promessas, que alem da esmola ao Santo, também davam uma moeda pequena e preta ao diabo. Por Afife, também havia aqueles que prometiam fazer toda a viagem sem falar, mas também se dizia que muitas das vezes a pessoa ao avistar a capela mencionava a sai proximidade e assim, a promessa não tinha o seu efeito, o que obrigava que no ano seguinte esta tivesse que ser cumprida. Havia também a promessa de levar telhas e estas tinham que ser roubadas, é que com esta , foi possível fazer a cobertura do espaço e ainda durante muitos anos haviam telhas de sobra. Os Afifenses, tinham o seu trilho para o S. João de Arga e porque o trajeto era feito de ida e volta a pé, com vários apetrechos para se passar a noite na serra, teria que ser escolhido um percurso mais direto e se possível sem grandes inclinações. De Afife partiam sempre vários grupos, nas primeiras horas da madrugada do dia 28, uns p0ara participar na noite do S. João e regressarem no dia seguinte, outros para cumprirem a promessa e regressar de seguida. Os romeiros de Afife, tem um quartel por sua conta durante a altura da romaria, que foi conseguido por Camilo Ramos, depois de longos anos de espera, porque foi necessário que alguém tivesse desistido da sua atribuição, para então passar aquele seguinte que se encontrava na lista de espera. A partir daqui, Camilo Ramos repartiu o quartel com os romeiros da freguesia, que assim tem um espaço para descansar da viagem e até para pernoitar. O quartel então atribuído, situava-se na parte norte e era o segundo a contar da entrada principal, no entanto este ano o grupo, teve que ser alojado num quartel da parte sul e de menores dimensões, dado à parte norte ter albergado alguns sacerdotes, no entanto ficou a promessa que o habitual quartel do romeiro de Afife, voltará à sua posse já no próximo ano. Este ano os quartéis encontram-se com melhores condições, dado terem sido restaurados e até a área saiu beneficiada com a construção de casas de banho. Os quartéis, são atribuídos aos romeiros que pagam uma quota anual, mas estes só tem direito a estes, na altura da romaria. Agora e durante ano, os quartéis podem ser utilizados por quem quer passar a noite no local e não há um preço estabelecido para isso, a pessoa é que tem que contribuir, com aquilo que quiser.
O ROMEIRO DE AFIFE.
Assim se caminha,enquanto chove.
Afife tem mantido a tradição e sempre há alguém que vai em romeiro ao S. João, umas vezes mais, outras menos gente, no entanto há aqueles que são habituais e que fazem questão de sempre que puderem, participam. Este ano foram 21 aqueles que se fizeram ao percurso, um numero que superou os últimos três anos e contou com gente jovem a querer participar. Assim e tal como è da praxe, a concentração é sempre no largo do Casino e a partida acontece pelas 5 da manhã. Na hora certa já todos estavam preparados para a viagem e até o tempo parecia que iria ser o ideal para a caminhada, a temperatura estava agradável e o vento de sul, nem sequer soprava com muita intensidade. A partida fez-se só com nuvens no céu e perguntava-se o que dizia a meteorologia, para uns davam chuva até as 7 da manhã, para outros era apenas nuvens e quanto a guarda chuvas, apenas o Rui Parente levou. Pois acontece que as previsões do tempo , parece desta vez não terem batido muito certo, já que ao chegar ao carreiro do Atalho, começaram a cair as primeiras pingas e aqui já foi necessário vestiu mais roupa. Para os mais inexperientes, não se preocuparam em levar mais uns agasalhos leves, vaso viessem a necessitar, como depois se verificou. Mas os mais habituados as caminhadas, não esquecem a mochila e um agasalho leve e de fácil transporte, que dá sempre muito jeito. Acontece que foi uma caminhada de quase cinco horas debaixo de uma chuva, ora mais forte, ora mais faca e que só parou, quando o grupo parou para mais um reabastecimento na freguesia de Gondar, onde é habitual, se comer uma sande de presunto. A caminhada nas primeiras horas decorreu de noite, com a ajuda de luzes artificiais, por entre, caminhos, carreiros, bouças e estradas, com belas paisagens e em perfeito contacto com a natureza, por trilhos antigos e que são dados a conhecer, aqueles que vão participando. Mas a viagem ocorreu também com algumas quedas, felizmente sem consequências e o primeiro a ter contacto com o solo, foi o Zé Luís, que pouco depois do Cruzeiro do Vale, numa altura em que era noite escura, tropeçou, num ramo de arvore, tendo caído, mas como o fazia enquanto jogador de futebol, levantou-se, como se nada tivesse passado, já quase no final do percurso de montanha, foi o Augusto de Cabanas a escorregar no logo de um regato, tendo sofrido uma queda, mas igualmente sem consequências. De realçar que o Augusto é o mais experiente e conhecedor dos trilhos da serra. Depois foi a viagem mais curta, ou seja desde que se entra na estrada alcatroada, até ao mosteiro, sempre em grupo, a maior parte dias as três voltas à capela e estava assim terminada a caminhada, que demorou cerda de sete horas, talvez mais que o que é habitual, mas a chuva condicional o andamento, assim como prolongou as paragens. Muitos dos participantes, passaram a noite na serra, participaram parte mais popular. No entanto, outros Afifenses, passaram alguns dias na serra, como habitualmente o fazem em acampamento, mas também tiveram dias e noite pouco agradáveis com o tempo que se fez sentir, mas ninguém desistiu.
O Zé cacheno e a mulher a preparar o arroz doce na romaria, que tal como acontece ao longos dos anos,vão marcando presença durante vários dias no local da romaria, conjuntamente com muitos outros Afifenses que se juntam, no espaço junta da antiga casa florestal.
A Procissão, continua a ser um dos pontos altos da romaria e são muitos os romeiros que levam os andores.
Aqui e uma vez mais,o Manuel Domingos a ajudar a levar o pálio
-------------------------------------------------------------------
------------------------------------------------------------------
O António Antunes e o Carlos Amorim, ambos na reportagem fotográfica
A NOITE FOI GRANDE, COM MUITA GENTE A ENCHER O RECINTO.
Gente da Afife .
O recinto foi pequeno demais, para tanta gente.
----------------------------------
VIDEOS:
.Caminhada até as Argas