VELHA SOFISTICADA DE MAIS, PARA RESPEITAR A TRADIÇÃO-
Afife viveu uma vez mais a “Sarração da Velha”, tradição que sempre acontece a meio da Quaresma, com a participação de inúmeras pessoas, acompanhadas pelos triquelitraques lá foram integrando o cortejo até á Mesa do Cruzeiro. Este ano o andor da velha, voltou a ser feito pelos idosos do Centro de Dia de Afife, mas ao contrario daquilo que havia acontecido no ano anterior a tradição não foi respeitada, já que em vez de aparecer como é da tradição, o andor com a Velha, que neste caso simbolizava a pessoa mais idosa da Freguesia, apareciam dois bonecos com critica escrita nas costas e muito modernos para se identificarem com a tradição. Estes fizeram mais lembrar a Velha de Gateira, sem tradição e criada nos anos 50 e que se realizou alguns durante alguns anos, em que o objectivo era a critica a situações locais. Aqui e porque se tratava de uma secular tradição Afifense esperava-se que fosse mantida a sua originalidade, até para não enganar as gerações mais novas e os vindouros, pois em vez de se galhofar, pretendeu-se criticar e até se trocou-se a cabeça de chila, por uma face plástica devidamente maquilhada.
Não acreditamos que os idosos do Centro de Dia se tivessem esquecido, daquilo que era a tradição, ou se pelo contrario, mais identificados estarão com a Velha de Gateira, então nesse caso não custava nada dizer que aquela, era o reviver da Velha de Gateira. Fora este pequeno problema, que é uma grande questão a ponderar se a Velha de Afife não terá mais originalidade num outro qualquer local, que na terra que durante séculos soube respeitar e ser fiel sem qualquer alteração nesta tradição.
O CORTEJO
O cortejo da Velha saiu á rua, com vários tocadores de triquelitraques, que cedo se juntaram frente á sede do NAIAA, em animados despiques, com a Marcha, o Sarra e o Esgalha, acompanhando depois o cortejo até ao largo do Casino, onde se juntaram mais pessoas que engrossaram o cortejo até ao Largo do Cruzeiro.
Pelos lados do Cruzeiro, apareciam varias pessoas com o seu triquelitraque, como era o caso do Lino, que vem desde os lados de Gateira, para participar no cortejo, tal como o em feito em anos anteriores.
A queima que não estava nas previsões aconteceu a meio da estrada Pedro Homem de Mello, e nem sequer o kit de incêndios da Junta de Freguesia, apareceu?
No entanto acontece que quando a Velha estava perto da Casa do Povo, incendeia-se o papel e a Velha, que neste caso eram os bonecos apresentados, ficam reduzidos á armação, foi o queimar antes de tempo. Mas antes á saída do Casino, já sobravam peças do boneco, pouparam na cola ou nos pregos?
Depois de nada mais haver para arder, na padiola seguiu a armação, com paus e arames até ao Cruzeiro.
Mas calmas as chamas, lá seguiu tudo até á Mesa do Cruzeiro, onde á ultima da hora se vestiu de novo o boneco e assim ficou pronto, para a nova queima.
Foi então lido o testamento, altura em que pararam de tocar os triquelitraques e estes até serviam de banco para um pouco de descanso, depois de tanto esgalhar.
Ninguém arredou pé do largo do Cruzeiro, antes da queima e depois de ouvir o Sarra final.
Seguidamente e ao som dos triquelitraques com o Sarra, lá se ateou fogo ao boneco que já tinha pouco para arder.
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Depois de queimar o pouco que restava da Velha, é tempo de recolher os triquelitraques e coloca-los lá no alto das chaminés, porque para o ano, há mais, mas esperta-se que seja respeitada a tradição com a sua originalidade, porque só assim é que a tradição tem seu valor, porque Velha, como a de Gateira, encontra-se em qualquer Freguesia.
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21 de Março de 2009
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