O JUDAS FOI QUEIMADO NA RIBEIRA, RECORDANDO A MARIA DO GAGO.
A união das freguesias de Viana e Meadela, voltou a manter a tradição de queimar o Judas na Ribeira, tradição que antigamente era sempre realizada pela Maria do gago, uma mulher da Ribeira que em vida realizava a tradição. Depois do seu desaparecimento, passou a ser a junta de Monserrate a organizar a tradição e agora com a união das freguesias a tradição é mantida. Esta compõe-se por um cortejo que parte pelas11 da manhã do largo da estação, composto pelo anunciador do enforcamento, que acontece pelo meio dia na terceira arvore de acesso ao castelo de S. Tiago da Barra, segue-se o grupo de bombos, o andor com o Judas, as carpideiras, os rapazes com as fisgas e os acompanhantes que vão engrossando o cortejo até à Ribeira. O percurso passa pela Praça da Republica e chega à Ribeira pelo meio-dia, só que este ano, precisamente à chegada à Ribeira, o S. Pedro resolveu molhar a festa, mas mesmo assim e debaixo de chuva, ninguém arredou pé, para ouvir o testamento e assistir à queima. O testamento Lido pelo meritíssimo da comarca e seu escrivão, não esqueceu a Maria do Gago e o Zé Rancheiro.
Trago de novo a terreiro
Neste momento aziago
Saudades do Zé Rancheiro
E da Maria o Gago.
E sobre as obras da praia norte, também não esqueceu, com a tal divisão de freguesias.
Só nos falta perguntar
Esta obra envolta em prosa
Quem a vai inaugurar
Monserrate, ou Areosa.
Também sobre aquilo que a cidade perdeu, se fez proza.
Foi o banco de Portugal
Quartel e Praça de Touros
E até a industria naval
A nossa coroa de louros.
O anunciador do enforcamento e queima
O Juiz e o escrivão
As carpideiras, que eram pessoas contratadas para chorar os mortos.
O andor com o Judas a caminho da Ribeira.
O enforcamento do Judas, na terceira arvore de acesso ao castelo.
Tudo preparado para a leitura do testamento.
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