AFIFENSES, FORAM A PÉ À SENHORA DA CABEÇA.
A tradicional romaria da Senhora da Cabeça em Freixieiro de Soutelo, continua a manter a tradição entre os Afifenses, que em romeiros se deslocam até à romaria com o farnel para ser degustado nos montados adjacentes à capela. A tradição de ir à Senhora da Cabeça, alterou-se em um dia, pois era habitual as pessoas de Afife cumprirem as promessas à Santa na segunda-feira, dia principal da festa, esta alteração fica a dever-se ao facto de em outros tempos a predominância da actividade em Afife , era a lavoura e as pessoas consideravam esse dia como Santo e por tal havia uma paragem nos trabalhos agrícolas. Nos tempos que correm, tudo é diferente, as pessoas têm outras actividades profissionais e não se podem assim deslocar à romaria na segunda-feira e por tal, o domingo é o mais movimentado.
Foram vários os romeiros de Afifenses que partiram cedo, rumo ao Cruzeiro do Vale, que já não existe, porque foi derrubado quando se procedeu ao corte de árvores no local e alguém o terá aproveitado e depois foi o entrar na florestal, que até se encontra em razoável estado de conservação. Percorrendo alguns quilómetros, com a habitual paragem a meio do caminho para um mata-bicho, entra-se agora num caminho que atalha um pouco ao caminho, pois antes havia um carreiro, que agora não é utilizado, chegando-se então ao campo de futebol, que serve se parque de estacionamento e é só escolher o melhor sitio, à sombra, até porque o sol estava quente, para depois se comer o merendeiro.
Normalmente a primeira coisa que as pessoas faziam e hoje ainda se mantém esta pratica, é o cumprir as promessas, ou o deitar a esmola à Santa. Aqui são inúmeros os devotos que vimos na Capela a agradecer ou a pedir graças à Senhora da Cabeça e até se mantém a tradição já bem antiga, que passa pelas pessoas entrarem na Capela para rezarem e vão avançando lentamente, já que perto do altar, há duas Santas que vão passando de mão em mão, em que as pessoas as colocam na cabeça, como que a pedir graças divinas, depois seguem para uma porta lateral de saída, onde existem quatro buracos esculpidos na parede, em que as pessoas com a mesma fé vão colocar a cabeça.
Terão sido muitos milhares de pessoas que por ali passaram, com toda a sua fé e devoção à Senhora da Cabeça. A romaria em volta da Capela, é caso que se verifica constantemente, aqui as pessoas dão determinadas voltas à Capela a rezar, até porque esta romaria, continua com o seu forte cariz religioso e vem gente de todos os lados movida pela sua fé à Santa.
Este ano a afluência, foi superior ao ano passado, até porque nessa altura a romaria coincidiu com as festas de Alvarães, este ano o parque de estacionamento dos autocarros, encontrava-se repleto e a festa ao contrário daquilo que acontecia há menos de 20 anos, já tem comércio para todos os gostos, tal como acontece no supermercado. Isto porque em tempos, haviam as mulheres que vendiam as roscas, o falecido Toninho das cerejas, habitante local que vendia cerejas na festa e de porta em porta, inclusive muito conhecido em Afife e lá aparecia um ou outro vendedor de brinquedos de lata ou madeira. Agora tudo é diferente, restaurantes ambulantes, eram mais que muitos e com a crise que se faz sentir, certamente que não ganharam para a deslocação, pois o movimento era fraco.
As tendas dos plásticos, roupas, CDs e DVDs piratas, as barracas a venderem cerveja, os presuntos de Chaves e muitos outros, fazem do espaço uma autêntica feira semanal de uma grande cidade, que diga-se sempre vai dando algum lucro à comissão.
O festival de folclore, continua a atrair pessoas e o Rogerio, sem a concertina, até porque no dia anterior havia participado no encontro de concertinas, estava atento a presenciar o festival de folclore, onde havia um anfiteatro natural replecto de pessoas , à sombra das arvores e a seguir com atenção as danças que passavam no palco.
A segunda-feira, foi dia feriado em Soutelo, a Procissão desde a Igreja Paroquial, para a Capela da Senhora da Cabeça, foi motivo alto da festa como sempre. Para as gentes de Afife, a Senhora da Cabeça, foi sempre a par do S. João de Arga romarias em que o povo dedicava sempre a sua fé e sempre havia o habito de deitar a esmola e quando que por qualquer motivo as pessoas lá não se podiam deslocar. Pediam sempre a quem fosse, para lhe levar a esmola.
29 de Maio de 2010-
Afife Noticias Informação