ARQUEOLOGIA E AMBIENTE, O SEGUNDO TEMA DO MOVIMENTO ASSOCIATIVO.
O segundo dos temas a abordar nas jornadas do Movimento Associativo de Afife, foi precisamente a arqueologia e o ambiente, em que oradores foram o professor Baptista, Diogo do NAIAA e o Eng., Horácio Faria. O tema prometia, porque Afife é uma terra onde existem inúmeros vestígios arqueológicos que datam de milhares de anos antes de Cristo. No entanto e em termos específicos, apenas Horácio Faria, conhecedor profundo de todas as descobertas arqueológicas feitas em Afife, referenciou alguns pontos relacionados com o castro de Santo António e o espolio que ali foi encontrado, algum de grande importância, já que permitiu comprovar a comercialização de peças que teriam sido fabricadas em fundição neste castro e que aparecem em outros pontos da Europa bem distantes de nos.
O Prof. Baptista, que participou nas campanhas efectuadas na Cividade, falou sobre a evolução da arqueologia através dos tempos, nas descobertas e a evolução do modo de vivencia. Seguidamente José Luís Presa, do Centro Social e Cultural de Vila Praia de Ancora, deu a conhecer o protocolo que foi firmado entre o NAIAA e o Centro Ancorense, no âmbito de serem efectuadas exposições com materiais arqueológicos da Associação Afifense. No entanto o tema esperado, era precisamente aquele que o Eng. Horácio Faria iria debater, o Ambiente de Afife. A sua intervenção, começou já tarde, mas todos esperaram para ouvir e conhecerem como está a freguesia em termos ambientais. Aqui começou por traçar, varias situações dividindo o espaço da freguesia de monte a mar e deu conta de vários pontos da floresta, dando conta de quem habita este espaço e salientou que o lobo existe na Serra de Santa luzia. Não um animal que seja originário destas paragens, mas sim proveniente do Geres e que terá atravessado as várias serras e da serra de Arga, terá acedido à Serra de Santa Luzia, muito provavelmente atraído pela criação do gado vacum e cavalar. Alem deste, o javali, raposas, ginete e muitos outros habitam este espaço. Foram focados outros animais que tem o seu habitat no seio da freguesia, alguns deles que nem sequer são habituais, como o vison, uma espécie que existe em Afife e que podem ter sido animais que fixaram o seu habitat, depois de terem fugido de locais de reprodução já que no distrito existiu uma unidade industrial que criava estes animais, assim como o esquilo cinzento. No entanto o tema que mais expectativa suscitava, era precisamente o que versava o litoral Afifense e aqui começou por focar os casos que suscitam perigos para as pessoas, como é o caso da exposição solar nas praias, especialmente entre as 11h00 e as 15h00, devido aos níveis de radiação ultra violeta, que podem provocar doenças graves e aqui salientou a necessidade de ser colocado nas praias, um gráfico para que as pessoas sejam informadas a que níveis de radiação estão sujeitas, na exposição ao sol. Diz que estas indicações, possam estar disponíveis em todas as praias do concelho, já na próxima época balnear.
Em termos das praias e em gráfico salientou três pontos que assinalou de verde, amarelo e vermelho, ou seja, classificando assim a qualidade das areias da praia, o verde, será aquele espaço em que chega a maré, o mais próximo da agua já que estas são as areias que o mar lava, depois segue-se uma zona intermédia em que as areias são mais sujas, que é uma zona amarela, seguindo-se a vermelha, onde essa é precisamente aquela que as pessoas não devem utilizar, já que a sua proximidade da duna, faz com que seja um espaço onde se podem encontrar algumas espécies de insectos e em que as pessoas podem ser picadas, alem de outras situações técnicas apontadas. A parte seguida com maior interesse, foi precisamente a redução das dunas, especialmente a do Porto, aqui tudo foi documentado com fotografias e pode-se facilmente comprovar que em menos de 30 anos, a duna do Porto viu-se reduzida em mais de 30 metros, tendo como ponto de referência o marco geodésico ali existente, o que quer dizer que a duna viu-se reduzida em mais de um metro por ano. Este colóquio e especialmente na área do ambiente, foi seguido com atenção e preocupação por parte dos presentes e só se regista pela negativa, o caso de não se ter registado uma grande afluência de publico, dado que se tratava de um tema de grande interesse e que num futuro próximo pode ter consequências ainda bem mais graves, que as até aqui verificadas. A sessão não contou com as habituais questões colocadas pelo público, dado o adiantar da hora a que terminou esta acção.
31 de Julho de 2010
Afife Noticias Informação