SOCIEDADE DE CARREÇO, ENCHEU, PARA VER “REPUBLICA 100 FAROL”.
O Grupo de teatro da Sociedade de Instrução e Recreio de Carreço, apresentou mais uma revista “Republica 100 Farol” e teve casa cheia na apresentação dos dois primeiros espectáculos na Sociedade e pondera levar à cena mais representações, na freguesia, dado o êxito conseguido nos espectáculos de estreia, alem de estar em agenda levar a peça a outras casas de espectáculo do concelho. Esta é uma peça que envolve meia centena de participantes, entre atores, músicos, técnicos e colaboradores com idades compreendidas entre os 9 e os 79 anos, teve a encenação do ator António Neiva e os textos uma vez mais foram escritos, por António Cabecho e Manuel Neves, enquanto que a direção musical, esteve a cargo de Zé Paulo.
Esta é uma peça crítica que versa temas relacionados com os centenários Farol de Montedor e a Republica Portuguesa, em que tudo se desenvolve em seu torno, fazendo a passagem para a atualidade, com a habitual crítica, onde belisca entidades locais e concelhias e nem o Sócrates escapou. Esta peça está dividida em 9 quadros e inicia-se com a inauguração do farol e sua influência na agricultura bovina, passa para o Trolha do farol, que retrata o panorama atual da profissão, com imigrantes de varias as nacionalidades, o padrinho, que junta os afilhados para discutirem a sociedade de uma indústria, que se designa de associação e o Polvamento da Republica, que não é mais que um debate na república dos polvos. As portagens, também não poderiam ficar de fora e aqui o pagamento de portagem na Quelha das Pipas, revolta tudo e todos, assim como o confessionário eletronico, que dispensa a presença do padre, mas as coisas com tanta tecnologia, também podem falhar. Os últimos quadros, são o mercado, onde se vende, desde fruta produtos vindos da Ásia e onde é necessário a intervenção da ASAE.
Para o encenador António Neiva, a peça apesar de ser anunciada como uma revista e de efetivamente possuir algumas características inerentes a este género teatral, sente-se no espetaculo uma pulsação de arte, rumo a uma fusão de diversas disciplinas que faz expandir os respetivos limites da tradicional revista. Diz tratar-se de uma peça provocatória, que vem recordar que o teatro se faz para dividir. Salienta que se aposta numa relação fortemente orgânica entre interpretação teatral, musica, elementos coreográficos, efeitos sonoros e visuais, com a intuição de que não pretende sem esconder, nem modernizar, mas sim aparecer. Salienta o encenador, que esta produção é um marmoto de emoções contraditórias, que o publico identificar-se-á com as personagens, através de emoções que todos reconhecem.
Para Ramiro Araújo, presidente da Sociedade de Carreço, refere que esta peça surge na sequência do trabalho que tem vindo a ser realizado nos últimos anos, em que foi possível fazer ressurgir o teatro em Carreço, embora a tradição teatral na casa remonte aos anos 30. O grupo reiniciou a atividade, há 10 anos, juntou os atores mais experientes e foi crescendo e neste momento esta peça, já movimentou mais de 50 participantes, muitos na sua maioria jovens da terra que começam a ganhar gosto pelo teatro e que já vão demonstrando grandes qualidades. Ramiro Araújo refere que esta peça começou a ser ensaiada a partir de Fevereiro, embora tivessem havido umas pausas pelo meio, mas com novos métodos de ensaio, já é possível colocar uma peça em cena em menos tempo que antigamente e o grupo já possui muito equipamento de modo a depender só de si.
Agendada está pelo menos mais uma representação no dia 27 em Carreço e em Junto a pela vai poder ser vista no casino Afifense e no Teatro Sá de Miranda em Viana do Castelo.
Para o público que durante os dois dias encheu a casa, consideram que a peça esteve à altura dos pergaminhos da Sociedade, e este participou, já que cantou com os atores, aplaudiu e a alguns até lhe vieram as lágrimas aos olhos com a emoção. No final, toda a plateia se levantou para aplaudir de pé os atores e participantes da peça.
Quanto a novas peças, o grupo está unido e espera voltar a ensaiar novo espetaculo para depois do verão, agora cabe a António Cabecho e Manuel Neves o trabalho nada fácil de escrever os textos, o que ambos se prontificam a fazer dentro daquilo que lhes é possível, já que o bichinho do teatro sempre os moveu, embora nesta peça, tenham sido espetadores.
Afife, vai poder assistir a este espetaculo em Junho, embora a peça fora de Carreço apenas venha a ser representada em Afife e no Sá de Miranda e esta é uma peça ao gosto do grande publico.
Oh farol amlumia cá para baixo
Polvamento das Republica
O Confessionario eletronico
É de realçar a união que existe neste grupo que cada vez consegue ser mais numeroso, com jovens atraídos certamente pelos mais experientes para a arte de representar.O êxito que tem conseguido espelha a dedicação e o trabalho de qualidade que tem sido feito, que certamente fará inveja a muitos grupos mais profissionais e com melhores condições. Agora ainda não é tempo de perguntar para quando uma nova peça, porque esta ainda está, para dar e durar.
Agora e porque é preciso manter a tradição teatral em Carreço, cabe ao Antonio Cabecho e Manuel Neves, começarem a pensar na feitura de textos,nos seus tempos livres, que certamente não serão muitos, mas já é o povo que assim exige.
21-05-11
ANI