TER OU NÃO TER CORAGEM
O novo primeiro ministro grego, Antonis Samaras, está totalmente comprometido com as exigências da atual situação na Grécia. O novo governo de coligação, que acaba de tomar posse, vai sofrer uma redução dos seus salários, em trinta por cento, uma prova de exemplo para o País.
“A melhor forma de alguém governar, é dando o exemplo”salientou Samaras que prometeu um novo rumo Para a Grécia.
O elenco governativo, que conta com 16 ministros, além do primeiro ministro e do porta-voz, é largamente controlado pelo partido Nova Democracia, que garantiu dez ministérios.
Imagine, caro leitor, se o nosso primeiro ministro tivesse “um sonho” de reduzir trinta por cento ao seu salário e ao salário dos seus ministros e secretários de estado e, depois, em conselho de ministros, apresentasse esse mesmo sonho, como realidade.
Como diz o ditado: “ Caía o Carmo e a Trindade”!
Além disso, alguns ministros ficariam irritadíssimos com o seu chefe, dizendo-lhes que não aceitavam esses cortes, pois o seu salário já é baixo. Admito até que alguns fossem embora, pois na vida privada, ganhariam mais do que estar no governo.
Na Grécia, o primeiro ministro Antonis Samaras teve a coragem de baixar em 30% o salário dos seus ministros. Doia a quem doer. Quem não aceitar, que se vá embora. O futuro do pais grego está primeiro. Duvido muito que o nosso primeiro ministro tenha a coragem de fazer em Portugal, o mesmo que o seu homólogo grego fez no seu país. Pelo contrário, já anunciou que, possivelmente, em Setembro ou em Outubro, se Portugal não honrar a taxa de 4,5%, imposta pela troika, “talvez” venham mais medidas de austeridade.
Na hora em que o povo grego atravessa uma das mais graves crises da sua história, esse mesmo povo pode orgulhar-se de ter um primeiro ministro que, sacrificando o seu salário e o salário dos seus ministros, põe à frente de tudo, a felicidade e o futuro de todo os gregos.
Quando o exemplo vem de cima, é mais fácil explicar sacrifícios, aos que estão por baixo.