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+ Largo do Casino já foi pavimentado
+Caminho de Linhares pronto, até meio
+<Junta, faz limpeza em varios caminhos.
+Praias de Afife começam a ter menos turistas
TORNEIO DE ANDEBOL DO AFIFENSE
ESTA MANHÃ O AFIFENSE PERDEU COM O ACADEMICO DO PORTO POR 20-18
PELAS 17H00, JOGA PARA O 3º E QUARTO LUGARES
FORAM 28, EM ROMARIA AO S. JOÃO DE ARGA.
Passar as sete serras de Afife á Serra de Arga, foi aquilo que fizeram os 28 elementos do Romeiro, no dia 28 de Agosto de 2008. Estes saíram do largo do Casino, logo de madrugada (5 horas) até ao alto da serra.
Gente de Afife a ver a festa, o Ze Luis, a Tina e a Laura, la de cima do quartel
Desta vez não para cumprir a promessa certamente, apenas pelo convívio de manter uma tradição que em Afife era característica, para o pagamento de promessas feitas e quantas vezes era habitual, fazer todo o percurso sem poder dizer uma só palavra.
Tambem nunca faltam á festa, o Edmar Lopes e esposa, a Dores e a tia da Rosa Diogo.
O Amaro, acabava de chegar á capela, com a sua vara da caminhada
Era habitual, levar umas moedas para o Santo e ainda as telhas, que tinham que ser roubadas, por tal eram muitos aqueles dos que confinavam com os caminhos para a serra onde os romeiros passavam, que tinham de ficar a tomar conta dos telhados á face do caminho, não fosse lá alguém manter a tradição de levar uma telha e se fossem muitos os romeiros, lá se ía o telhado.
O Lopes, a matar a sede, pois o calor apertava, com os 30 graus.
Em tempos a viagem era feita de ida e volta a pé, mas á vinda o percurso era diferente, já que havia sempre no dia 29, festa em S. Lourenço da Montaria e por tal os romeiros do S. João, na volta vinham por S. Lourenço.
depois da caminhada, o Valter, o Pedro, a Esmeralda, marido e filho, descansam, á somba da capela
Mais tarde, começaram a haver camionetas de transporte até Caminha e então, os romeiros de Afife, passaram a vir de camioneta até Caminha e depois de comboio até Afife. Agora, muitos vão a pé, mas voltam de carro no dia seguinte, porque ainda há muita gente que pernoita num quartel que alugam todos os anos.
Camilo Ramos, á conversa com Rosa Diogo e marido junto ao quartel na tasquinha da Neves.
Este ano o grupo de 28, que muitos deles já fazem esta romaria há inúmeros anos seguidos, saíram pelas cinco da manhã e quando pouco passava das dez da manhã, estavam a entrar no recinto da capela, depois das varias paragens para o mata bicho do costume, como antigamente se designava.
O Ze Cacheno e esposa, o Valter e a Tina, nunca faltam á romaria.
É importante estas iniciativas e pelo que ouvimos, foi pouca a divulgação deste romeiro, porque havia muitas outras pessoas que gostariam de participar e só não o fizeram por desconhecimento.
O Zé Barbosa, o Rogerio, sem a concetina e o Valdmar, tambem nunca faltam.
Esta é a festa das concertinas e de Afife, lá estava o Rogério Menezes e o Lopes de Areosa, que nunca faltam á romaria, bem como o doutor Abílio, que quando o encontramos e uma vez que foi no romeiro, esperava pela concertina, no entanto poderia haver mais algum Afifense com a sua concertina e que não nos fosse possível ver, já que eram mais que muitos aqueles que levaram o seu instrumento, como aqueles que os queriam ouvir tocar e por tal, era quase impossível transitas no adro da capela.
O Pedro Lage e o Nelsom Vilarinho de Covas em concerto de triquelitraque e concertina, para animar a festa
Encontramos muita gente de Afife que é habitual se deslocarem á festa e passarem lá os dois dias festivos com a tradição serrana, ora dormindo nos quarteis, ora dormindo em tendas , que instalam para passarem os dois dias, ou uma noite.
Acontece, que para espanto de alguns Afifenses que dormiam, depois de uma viagem a pé de seis horas, acordaram com o som de umtriquelitraque a tocar. Ora, logo se pensou que alguem de Afife teve a ideia de levar para o S. João este carateristico instrumento.
O Nelson Vilarinho de Covas
Mas afinal enganaram-se, aqueles que assim pensaram, já que o triquelitraque, era tocado por um dos mais conhecidos tocadores de concertina do Alto Minho, o Nelson Vilarinho de Covas, que muitas vezes tocou para o Pedro Homem de Mello. Fomos ter com o Vilarinho e lá nos explicou que leva sempre o triquelitraque de Afife consigo, pois este fá-lo lembrar a terra e o poeta que conheceu. Diz-nos que o triquelitraque lhe foi oferecido pela direcção do Casino, aquando a festa de homenagem a Pedro Homem de Mello e este anda sempre consigo, até porque na parte traseira tem um poema que o poeta referencia o triquelitraque.
O Lopes, com as cantadeiras de Gondarem
Esta festa era uma das que Pedro Homem de Mello, fazia questão em estar presente, para ouvir as concertinas e os cantares ao desafio e de certa ocasião, quando começaram a aparecerem os altifalantes no recinto, o poeta queria ouvir as concertinas e a musica gravada dos altifalantes, abafava o som destes instrumentos em termos audíveis, então dirigiu-se á comissão e aos responsáveis do som e pediu para calarem a musica gravada, este não acederam ao pedido do poeta.
Não há S. João em que elas não estejam presentes a cantar ao som da concertina do Lopes, são todas irmãs, são as cantadeiras de Gondarem.
Então ele ofereceu 10 contos para pararem a musica, o que era muito dinheiro para a altura, e assim foi possível ouvirem-se os populares instrumentos e os cantares ao desafio.
As mordomas da terra, vestidas a rigor, um autentico museu vivo.
O traje vermelho
O traje verde
Hoje acontece, que na noite de S. João, o lado norte da capela, é para as concertinas e o lado sul, para as bandas de musica, este ano de Lanhelas e Moreira do Lima.
Mordomas do S. João na procissão.
A festas mostra ainda hoje uma etnografia pura da serra, onde as mulheres incorporam na procissão, levando os vários paramentos, vestidas á lavradeira, num colorido admirável.
lavradeiras da terra, com os seua variados fatos
Eram varias as cores dos fatos á lavradeira apresentados pelas gentes da terra, que são mordomas da festa, aqui estava-mos num ambiente rural com grande originalidade, onda as tradições, ainda são o que eram.
É dia de festa e tudo canta e dança no meio dos 30 graus de caloe que se faziam sentir.
Gente famosa dos cantares ao desafio, tambem por lá se fizeram notar, como Foi o caso do Candido Miranda, que não teve gente á altura para tanta desgarrada, mas ainda por ali apareceram alguns que aqueceram a desgarrada.
Tambem lá como sempre, fomos encontrar a Maria das Neves, qie no seu establecimento, não faltavam os varios petiscos regionais, assim como o bagaço com mel, tudo produtos caseiros da serra.
As concertinas, eram mais que muitas e quando caiu a noite, o adro da capela, transformou-se num autentico santuario destes instrumentos.
No entanto, nem tudo resultou na calma e diversão festiva, já que o despique musical entre as bandas, de Lanhelas e de Moreira do Lima, fez com que os maestros fossem alem da parte musical para se envolverem em palavras encontrões e algo mais e ao que parece as questões até terão a ver com outras rivalidades, mas alem de uns tratamentos leves, lá continuou a nusica.
Esta festa atraiu ainda gentes de bem longe, como alguns jovens tocadores de concertinas, que vieram de Lisboa, propositadamente para a festa e tocarem com as concertinas do Minho.
Do Cerquido, eram muitos os tocadores e cantadores, que mostravam a sua veia artistica, tanto no improviso, como nos cantares habituais da terra.
As cantigas ao desafio, eram uma constante.
O Lopes com as gentes de Dem, que foram em romeiro, organizado pelo seu grupo folclorico, pelos antigos caminhos da romaria, só que este ano as dificuldades foram acrescidas, dado ao crescimento da vegetação que cobre os caminhos.
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Tocador de destaque por estas bandas, Tone da Rita
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~30 de Agosto de 2008
Para trás e noite escura, ficava a imagem da capela iluminada, vista de loge.