O ALGARVE E OS INSECTOS
por Antero Sampaio
O inesperado aconteceu em duas praias algarvias. Quer os jornais, as rádios e as televisões, incluindo a RTP, paga com o dinheiro dos contribuintes portugueses, noticiaram , em horário nobre que uma nuvem de insectos entendeu estragar as férias a muitos portugueses e estrangeiros que escolheram o Algarve para passarem as suas férias. E das notícias, passaram à entrevistas, quer com os hoteleiros afectados, quer com os turistas, facto que causou uma certa preocupação, pois, no meu modesto entendimento, parece-me que o Portugal Turístico, para os meios de Comunicação Social,é apenas o Algarve, deixando todas as outras regiões turísticas, votadas a um completo ostracismo.
Na nossa História, depois de D. Afonso Henriques ter criado este País, que se chama Portugal, foi, no entanto, no reinado de Afonso III, que se consolidou a nossa independência . Por isso, foi cognominado Rei de Portugal e dos Algarves. Ora, salvo melhor opinião, com o Rei Bolonhês, o Algarve, nessa altura, já era diferente do resto do território.
Caro leitor. Já é tempo de dizer basta, já é tempo de dizer que, na parte que me toca, o litoral minhoto, tem belíssimas praias, tão boas como as praias algarvias, que deveriam merecer por parte da nossa Comunicação Social um melhor tratamento e uma mais vasta divulgação. Ainda me recordo, quando o então Primeiro Ministro Dr. Durão Barroso, ia passar as suas férias na bela praia de Moledo do Minho, a sua estadia era objecto de noticia, nos jornais, nas rádios e nas televisões. Agora, como o Dr. Passos Coelho e o Prof. Dr. Cavaco Silva, passam as suas férias, no Algarve, ninguém fala das praias do Alto Minho, onde, posso assegurar, não insectos!
Creio que já é altura das forças vivas da nossa terra turística, fazerem valer os seus direitos de cidadania e dizerem, aos responsáveis do Turismo Nacional, que o Alto Minho, também é Portugal, que merece ter o mesmo tratamento que o Algarve. Caso contrário, todo parque hoteleiro, alto minhoto, já de si, moribundo…poderá ter os dias contados, arrastando para o desemprego, milhares de jovens, que se querem fixar na terra que os viu nascer.
Insectos nas praias alto minhotas? Não há, tenho a certeza.