CÂMARA DE CAMINHA E JUNTA VÃO RESOLVER PROBLEMAS ANTIGOS DE OBRAS MAL EXECUTADAS EM RIBA DE ÂNCORA
A Câmara Municipal de Caminha e a Junta de Riba de Âncora vão proceder a intervenções no polidesportivo da freguesia e no Largo do Espírito Santo para retificar várias anomalias causadas por obras executadas de forma deficiente há pouco mais de quatro anos. Foram, nas palavras do autarca local, Paulo Alvarenga, obras feitas à pressa, cujos problemas foram identificados na altura e com as quais nunca se conformou, mesmo não sendo, então, o responsável pela Junta. Estes foram alguns dos compromissos assumidos na última reunião descentralizada, que teve lugar na sede da Junta, no final desta semana.
Os problemas relativos às duas intervenções, executadas no mandato anterior, foram levantados na própria reunião. Rosa Dantas queixou-se dos prejuízos causados na sua casa pelas obras do Largo do Espírito Santo, apontando também aspetos que prejudicam o próprio espaço público do Largo. Uma preocupação, aliás, partilhada com Paulo Alvarenga, que informou que o pavimento vai ser levantado e colocado novamente. Miguel Alves tranquilizou a munícipe, adiantando que, logo que estejam terminadas as obras no centro da freguesia, serão iniciadas as obras no Largo, prevendo-se que tudo seja resolvido até ao próximo mês de julho.
O vereador Rui Teixeira respondeu, por sua vez, ao munícipe Vítor Barroso, que reivindicou obras no polidesportivo. O vereador informou que a obra foi rececionada pela Câmara em outubro de 2013 e os problemas foram identificados aquando da chegada deste Executivo que, com a Junta chegou a uma solução.
Para Paulo Alvarenga, a obra, que custou cerca de 100 mil euros, tem "erros de execução monumentais": "nunca aceitei nem aceito que o polidesportivo fique naquele estado. Ainda não era presidente da Junta e sempre manifestei o meu inconformismo".
A solução encontrada para erros do passado vai, no entanto, onerar a Câmara, obrigando a um esforço financeiro adicional. O município fornecerá os materiais para que o empreiteiro proceda aos trabalhos de retificação do piso. Os materiais serão entregues à Junta que vai também superintender as obras.
Ainda no campo da resolução de problemas antigos, o munícipe Cesário Feliciano ouviu também uma resposta positiva da parte de Miguel Alves. Este munícipe, com residência num dos limites da freguesia, sente-se discriminado sempre que se executam obras e reclama, há 27 anos, arranjo no caminho de acesso. Pretende transformar um anexo numa unidade de Alojamento Local, propósito que vem, aliás, ao encontro aos objetivos estratégicos da Junta e da Câmara, que pretendem desenvolver as potencialidades turísticas da freguesia. Miguel Alves adiantou que, aquando da intervenção já programada para o caminho das Vieiras, o problema será resolvido, tal como foi resolvido, ainda há pouco e por intervenção da Câmara junto da EDP, a questão da iluminação, que a zona também não tinha.
Procura turística começa a notar-se
As caraterísticas naturais da freguesia e os melhoramentos recentes, que disponibilizaram novos centros de interesse, têm potenciado a procura turística, conforme sublinhou, na reunião, Paulo Alvarenga. O autarca referiu-se sobretudo aos Moinhos D'Apardal e ao Núcleo Museológico da Memória, Arte e Ofícios de Riba de Âncora, ambos intervencionados neste mandato.
Recorde-se que a Junta de Freguesia de Riba de Âncora e a Câmara Municipal, com a colaboração das associações da freguesia, recuperaram os Moinhos D'Apardal, que se encontravam "praticamente destruídos". A requalificação destes moinhos foi uma das obras mais importantes para a freguesia e uma das metas a que se propôs o autarca local para o ano de 2015. A intervenção consistiu na recuperação de quatro moinhos.
Esta obra veio juntar-se à criação do Núcleo Museológico da Memória Arte e Ofícios de Riba de Âncora, à intervenção da Capela do Espirito Santo, à recuperação dos vários fontanários e lavadouros, entre outras obras.
Recorde-se que o Núcleo Museológico da Memória, Arte e Ofícios de Riba de Âncora, instalado na antiga escola primária, foi a grande obra em 2014. O edifício, neste momento propriedade do Tesouro, foi também focado na reunião por Paulo Alvarenga, mas sobretudo pelo munícipe Domingos Velho; ambos inconformados com a "usurpação" de um bem doado à freguesia há mais de um século. Na resposta, Miguel Alves prometeu continuar a lutar para que a titularidade do imóvel seja restituída à freguesia, e afastou desde já qualquer hipótese de o Estado lançar mão daquele prédio para o vender ou alienar de alguma forma.
Resposta positiva teve ainda o presidente da ARA, Vítor Barroso, que além dois problemas no polidesportivo, pediu à Câmara fardamentos para os alunos da Escola de Música de Cavaquinhos. Miguel Alves pediu que fosse feito o levantamento do que está em causa e prometeu apoio, na medida do que for possível e justo em relação a outras coletividades do concelho, apoiadas na mesma área.
O presidente do Conselho de Baldios, Francisco Tobias, falou dos problemas causados pelos incêndios de agosto do ano passado, que mereceram uma reflexão especial nesta reunião. Guilherme Lagido reafirmou que o incêndio desmentiu uma ideia feita, de que um baldio bem gerido e bem organizado não arde. Sendo o baldio de Riba de Âncora exemplar, a verdade é que sucumbiu às chamas. A prevenção é uma das respostas, mas não chega e em breve serão anunciadas outras medidas de proteção da floresta.
Freguesia deu enorme salto qualitativo
Intervindo no início da reunião, Paulo Alvarenga fez uma espécie de balanço da obra executada neste mandato, sublinhando o excecional relacionamento com a Câmara Municipal e sobretudo com o seu presidente, Miguel Alves.
O autarca local recordou que, graças ao protocolo firmado com o município, a Junta pode ter mais um funcionário e executar numerosas obras, sobretudo melhorando estradas e caminhos. Lembrou também a importância de outros parceiros, como o Conselho de Baldios e a Fábrica da Igreja.
Referiu-se à recuperação do forno comunitário, em curso, destacando que será um importante suporte às visitas, com espaço para realização e pequenas refeições onde poderão ser servidos produtos locais, designadamente a broa cozida no forno.
Miguel Alves salientou o salto qualitativo a freguesia, inclusive na ligação à Câmara, à população e às associações. Referiu-se também à dimensão turística da freguesia e à importância do novo Núcleo Museológico.
Sobre a rede de saneamento, reivindicada pela freguesia, o presidente da Câmara informou que está a ser feito o trabalho de casa, por forma a avançar com uma candidatura comunitária se houver essa oportunidade, uma vez que a Câmara não poderá assumir uma obra de tamanha dimensão sozinha.
Sendo esta a terceira e última reunião descentralizada deste mandato, tanto Miguel Alves como Paulo Alvarenga manifestaram completa sintonia e contentamento pela forma como a colaboração entre Câmara e Junta decorreu, numa relação pautada pela lealdade e pelo compromisso