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AFIFE DIGIT@L jornal on-line de Afife

NOTICIAS LOCAIS E REGIONAIS ACTUALIZADAS SEMANALMENTE AOS SÁBADOS ÀS 21h30 ........ e-mail: afifenoticias@sapo.pt

CASA DO POVO DE AFIFE, FAZ 49 ANOS, QUE FOI INAUGURADA, FOI NO DIA 18 DE MAIO DE 1968, NUM PROJETO DO ARQUITETO, SILVESTRE LOMBA.

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Afife, em tempos idos, foi sempre uma terra onde o movimento associativo esteve sempre muito presente, sempre muito inovador, o que por vezes até veio a causar grandes desentendimentos, mas esse mesmo movimento ainda nos dias de hoje se faz sentir, embora não com a mesma força de voluntariado. Facto disso, são os vários edifícios, alguns em ruinas, onde o movimento associativo marcou presença, com as atividades culturais, recreativas, ou nas vertentes do ensino e da saúde. Uma das associações da freguesia, foi a Recreativa, que funcionou no espaço que depois da demolição do edifício, deu lugar ao agora jardim, 25 de Abril. Mas foi precisamente nesse mesmo edifício, que mais tarde veio a ser utilizado, como o primeiro espaço onde funcionou a primeira Casa do Povo de Afife. Para os Afifenses este foi um espaço de grande utilidade, pois ali funcionou o primeiro serviço continuo de atendimento medico, onde o Doutor João Araújo, medico de Vila Praia de Ancora, prestou ali serviço durante décadas. Aos domingos de tarde, a casa abria portas para se ver televisão, passaram a haver sessões de cinema e outras atividades pontuais. No entanto, as direções da casa, começaram a sentir que o edifício, já era pequeno para o serviço que prestava, as próprias condições do edifício, já não garantiam as necessárias condições de segurança e por tal, era necessário pensar em construir um novo edifício que viesse a servir os interesses dos seus utentes. Havia também a intensão que o edifício a construir, deveria ficar situado naquela área e que o local indicado, seria um campo ali mesmo ao lado, na altura todo ele vedado por muros em granito. Foi colocado ao Estado Português a pretensão de a freguesia necessitar de um novo edifício, para substituir o então degradado em que funcionavam os serviços da Casa do Povo. O querer das gentes de Afife, foi grande e conseguiram a aquisição de um terreno, onde haveria de ser construído o novo edifício da Casa do Povo. Na altura o estado tinha um projeto único para este tipo de edifícios, que se tratava de um tipo de pavilhão desportivo, mas esse tipo de construção, era aquilo que Afife não queria ver naquele espaço.

O PROJETO DO ARQUITETO AFIFENSE, SILVESTRE LOMBA.

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O Arquiteto, Silvestre Lomba, um Afifense, que viria a perder a vida num trágico acidente de automóvel, foi o grande impulsionador, para que a freguesia não viesse a ter um pavilhão, mas sim uma Casa do Povo, tipo de uma casa rural, pensada na altura em termos de funcionalidade futura. Há que referir que Silvestre Lomba, tem estado um pouco esquecido na freguesia, porque certamente que as gerações mais novas, nem sequer sabem, que aquele edifício que hoje tanto admiram, poderia ter sido um pavilhão, coberto com placas de fibrocimento e inestético para um espaço digno da freguesia, o que nos dias de hoje, seria caso para apontar o dedo a quem permitiu tal construção. O arquiteto Silvestre Sampaio, usando as suas influencias a nível da capital, conseguiu fazer ver aos governantes que Afife, precisava de uma Casa do Povo, que se enquadrasse com o local e com a própria freguesia. Traçou um projeto, avançado para a época, não esquecendo o mais pequeno pormenor, de maneira a servir todas as valências da casa, perfeitamente integrada nas tradições da freguesia e numa perfeita homenagem aos estucadores de Afife, projetou os candeeiros, com colheres de estuque, com as lâmpadas no cabo. Esses candeeiros vieram, infelizmente a ser substituídos. Silvestre Lomba acompanhou sempre de perto o andamento da obra, o que o obrigava a deslocar-se frequentemente de Lisboa a Afife. Há que referir que este é projeto único no País, pois nenhuma outra freguesia conseguiu um projeto, que não fosse o de tipo pavilhão. O edifício, neste momento está ocupado com creche e jardim de infância, alem do posto medico e de enfermagem, embora em tempos, serviu para cinema, teatro, desporto e outras atividades. O edifício foi alterado na sua estrutura interior, para ser adaptado a jardim de infância, no entanto mantem a sua traça original. De referir que os mais novos, também não foram esquecidos, em todo este projeto, pois foi construído um jardim infantil, que era uma novidade na altura, já que   isso era coisas de cidade e não de aldeia.

Nas poucas fotografias que conseguimos observar, da inauguração do edifício, não deparamos com a presença de Silvestre Sampaio, em conversa com um dirigente da altura, também não se conseguiu lembrar se este terá estado ou não presente no ato inaugural, esta é a duvida com que ficamos. Agora, não restam duvidas que Lomba, prestou um grande serviço à terra que tanto amava e a terra parece o ter esquecido, pois merecia que lhe fosse dado o seu nome a uma qualquer artéria, daquela área, em forma de o homenagear, por aquilo que fez pela freguesia e mesmo a própria Casa do Povo, poderia ter uma placa, onde referisse que aquela obra, foi projetada por um Afifense e que é a única no nosso País.

A CONSTRUÇÃO

A construção esteve a cargo de outro Afifense, Armando Alves, mestre de obras reconhecido na altura, que executou a obra, com trabalhadores, na sua maioria Afifenses e passados todos estes anos, a estrutura mostra-se solida e está para durar. As letras em betão, colocadas no muro da parte sul do edifício, onde se lê, CASA DO POVO, foram executadas pelo modelador, também Afifense, Franclim Pereira e só foram colocadas na altura da inauguração.

O edifício foi inaugurado a 18 de Maio de 1966 e para cortar as fitas, esteve o ministro das corporações, Gonçalves Proença, foi dia de festa na freguesia, pois os Afifenses viam concluída uma obra que julgavam não ser possível, dado a sua grandiosidade e o seu enquadramento num espaço nobre da freguesia. O presidente da direção da Casa do Povo na altura, era o Afifense, Avelino Meira.

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