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NOTICIAS LOCAIS E REGIONAIS ACTUALIZADAS SEMANALMENTE AOS SÁBADOS ÀS 21h30 ........ e-mail: afifenoticias@sapo.pt
DIA 27 SARRAÇÃO DA VELHA, É NA QUARTA FEIRA.
A "SARRAÇÃO DA VELHA" de Afife, acontece na quarta feira dia 27, com o cortejo a sair por volta das 9 e meia da noite do Lugar do Cruzeiro, para percorrer alguns caminhos da freguesia e depois tudo termina, já no Lugar do Cruzeiro , onde a Velha é colocada em cima da centenária Mesa de Pedra do Cruzeiro, para ser lido o testamento, seguindo-se a queima da Velha. A construção do boneco que simboliza a velha, é confecionado pelos utentes do Centro de Dia de Afife, tal como tem acontecido nos últimos anos e esta é uma forma de também envolver os seniores, na tradição. Esta é a tradição mais antiga e que se mantém viva na freguesia, tem o acompanhamento dos triquelitraques, que tocam durante o percurso, a Marcha, o Sarra e o Esgalha. Na altura em que a Velha é queimada, o toque a ouvir, é o Sarra, finalizando num longo despique entre tocadores. Em tempos, a afluência de Afifenses era maciça, pois ninguém queria perder a tradição e era rara a casa que não tivesse pelo menos um triquelitraque, que fora da altura da tradição, era colocado no cimo das chaminés, para que as madeiras fossem conservadas pelo fumo e para que o seu som no ano seguinte fosse ainda o melhor. O triquelitraque era feito com uma tábua de pinho e os macicos, eram de bucho, por ser um tipo de madeira mais rijo, que permitia um batimento mais forte e ruidoso. Outro instrumento que acompanhava a tradição, era o corno, um corno de vaca, que soprado de uma maneira especial especial, produzia um som que era ouvido a longas distancias. Na freguesia, este instrumento era utilizado, quando se constava que a mulher traia o marido e então durante a noite, tocava-se o corno, próximo da residência do visado, num anunciar que ali se passava uma situação de infidelidade, o que no dia seguinte era tem forte de conversa na freguesia. Quanto ao triquelitraque, este apenas era utilizado no período da tradição. O ressurgimento da Sarração da Velha em Afife, há cerca de 45 a 50 anos, fica em muito a dever-se a uma Afifense, já falecida e que viveu a portas meias com a casa do tio Xico do Pinheiro, a Lila do Lima, que era uma acérrima defensora e participante da tradição e muito incentivou a juventude daquele tempo, ara o ressurgimento da Sarração. Outro dos grandes colaboradores da tradição, era o Albino do Pinheiro, carpinteiro que sempre que lhe era pedido para fazer o boneco, estava sempre pronto. Este dava a listagem dos paus que precisava e então lá iam os rapazes ao monte, para os lados da Cividade, para cortar os paus de eucalipto, pois na altura ainda não haviam as australias. Em tempos era o espaço envolvente ao Lugar da Cabriteira, onde se fazia e organizava a tradição, como a casa do Tio Xico do Pinheiro, do Albino, da casa da Utelinda, do Domingos Fontainhas entre outros. A Velha era queimada nas traseiras do antigo edifício da Casa do Povo, antiga Recreativa, depois passou para o Largo do Cruzeiro, onde em tempos também se realizava a tradição. Quase sempre a tradição era acompanhada a certa distancia pelo regedor, para qualquer situação a que tivesse que vir a intervir, no entanto a tradição nunca causou problemas maiores e havia uma certa tolerância a algumas situações que eram vividas. No entanto aconteceram algumas situações de certo conflito que geraram certas agressões entre dois organizadores, que relataremos em próximas noticias.